No Brasil, pelo menos 3,5 milhões estão em estado de obesidade mórbida
Estudo realizado pela University School of Medicine, de Nova York, nos Estados Unidos, avaliou os efeitos da obesidade na estrutura física do cérebro. A doença, que está ligada a outras doenças degenerativas, como o diabetes, atinge 400 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida. Os pesquisadores realizaram um exame de ressonância magnética em 63 pacientes, sendo 44 obesos e 19 magros. As pessoas obesas apresentaram mais água na amígdala, parte do cérebro responsável pelo comportamento alimentar, e um encolhimento na camada externa da parte frontal do cérebro, área envolvida no processamento cognitivo e tomada de decisões. Com esse resultado, os pesquisadores concluíram que no cérebro dos pacientes obesos existem neurônios a menos ou eles estão encolhidos. A obesidade é um fator de risco para diversas outras doenças, em especial o diabetes tipo 2, que está ligada à disfunção cognitiva — explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Ricardo Cohen. Além das constatações de perdas neurológicas apontadas no estudo, a obesidade provoca também uma série de outros problemas relacionadas à saúde, como o diabetes tipo 2, que prejudica a sensibilidade das pessoas à insulina, resultando no acúmulo de açúcar no sangue. O diabetes, doença que atinge 5,4% da população, mais de 11 milhões de brasileiros, é a terceira causa de morte no país, ficando atrás apenas das doenças coronárias e cardiovasculares. Pessoas com obesidade tem o dobro de chances de desenvolver o diabetes tipo 2. A insulina é responsável pela regulação do metabolismo de carboidratos e gordura no corpo, além de controlar o fornecimento da dopamina, um neurotransmissor necessário para a atenção e atividade motora. A falta da insulina provoca perturbações na atividade da dopamina, podendo causar outros distúrbios cerebrais, como a depressão, doença de Parkinson, esquizofrenia, défcit de atenção e hiperatividade. A obesidade e o diabetes, que são doenças relacionadas, são degenerativas e o melhor tratamento, comparado ao tratamento clínico e a evolução das doenças, é o cirúrgico. Diversos estudos nacionais e internacionais comprovam que os pacientes conseguem permanecer magros com mais facilidade, vivem mais e não adquirem ou interrompem as afecções típicas da obesidade, como o diabetes — destaca Cohen. O número de diabéticos deve aumentar em 65% na América Latina nos próximos 20 anos. A estimativa é de que cheguem a 30 milhões o total de casos latino-americanos nas duas décadas e que aumente de 285 milhões para 438 milhões o número de pessoas com a doença no mundo, de acordo com o levantamento da Federação Internacional de Diabetes.
Fonte: Click RBS - Zero Hora - Bem-estar
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